MATERIAL DE APOIO –
2º ANO E
SIMBOLISMO E
PARNASIANISMO
O
Parnasianismo e o Simbolismo surgiram na França em 1866 com a publicação da
revista Parnasse Contemporain.
As
duas escolas literárias têm ideologias opostas, mas compartilham a preocupação
com a linguagem e apresentam refinamento formal.
Simbolismo
Os
escritores do Simbolismo eram representantes de um grupo social contrário ao cientificismo
retratado na segunda metade do século XIX e cujo objetivo era o resgate das
características do Romantismo.
Os
principais representantes do Simbolismo europeu estavam na escola francesa:
Rimbaud, Mallarmé e Verlaine.
Poesia Simbolista
A
poesia simbolista utilizava uma linguagem contrária ao objetivismo do Realismo.
Assim, sugeria a realidade se utilizando de símbolos, metáforas, sinestesias e
recursos sonoros. O objetivo era reproduzir o mundo interior, sem lógica, antissocial
e intuitivo.
Características do
Simbolismo
Subjetivismo
Linguagem
vaga e fluída
Preferência
do soneto
Misticismo
e realidade
Pessimismo
Interesse
pelas zonas profundas da mente
Gosto
pelo mistério e a morte
Retomada
de elementos da tradição romântica
Linguagem
precisa
Linguagem
objetiva
Linguagem
culta
Racionalismo
Simbolismo:
Características e Contexto Histórico
O
Simbolismo foi um movimento literário ocorrido a partir do fim do século XIX e
que termina no Modernismo.
Com
a proposta de oposição ao Realismo, surge na França como reação ao materialismo
e ao cientificismo.
Contexto Histórico
A
força do Simbolismo está no arrefecimento dessas correntes materialistas e
cientificistas. É o auge da evolução burguesa, com a disputa das grandes
potências pela diversificação de mercados, de consumidores e matéria-prima.
O
processo industrial é alavancado pela unificação da Alemanha, em 1870, e da
Itália, no ano seguinte. É o momento do neocolonialismo que fragmenta a África
e a Ásia para as grandes potências mundiais.
Também
esse é o momento em que se projetam os fatores que irão desencadear a Primeira
Guerra Mundial.
Nas
artes, a projeção é de frustração, medo e desilusão e o Simbolismo surge como
uma forma de negar a realidade subjetiva. Renascem, assim, os ideais
espiritualistas.
O
Simbolismo passa a ser a rejeição ao mecanicismo por meio do sonho, da
tendência cósmica e do absoluto.
Abrange
a camada da sociedade que está à margem do processo de avanço tecnológico e
científico promovido pelo capitalismo.
O
movimento é marcado pela busca do homem pelo sacro e de um sentimento de
totalidade que faz da poesia uma espécie de religião.
Simbolismo no
Brasil
O
simbolismo no Brasil surge em 1893, com a publicação de "Missal" e
"Broquéis", de Cruz e Souza, considerado o maior representante do
movimento no país, ao lado de Alphonsus de Guimarães.
Características
do Simbolismo
Não-racionalidade
Subjetivismo,
individualismo e imaginação
Espiritualidade
e transcendentalidade
Subconsciente
e inconsciente
Musicalidade
e misticismo
Figuras
de linguagem: sinestesia, aliteração, assonância
Autores Brasileiros
Simbolistas
Cruz e Sousa (1861-1898)
Considerado
o precursor do simbolismo no Brasil, João da Cruz e Sousa foi um poeta brasileiro
nascido em Florianópolis.
Sua
obra é marcada pela musicalidade e espiritualidade com temáticas
individualistas, satânicas, sensuais. Suas principais obras: Missal (1893),
Broquéis (1893), Tropos e fantasias (1885), Faróis (1900) e Últimos Sonetos (1905).
Alphonsus de
Guimarães
(1870-1921)
Um
dos principais poetas simbolistas do Brasil, Afonso Henrique da Costa Guimarães
possui uma obra marcada pela sensibilidade, espiritualidade, misticismo,
religiosidade, com temas como a morte, a solidão, o sofrimento e o amor.
Sua
produção literária apresenta características neorromântico, árcades e
simbolistas. Suas principais obras: Setenário das dores de Nossa Senhora
(1899), Dona Mística (1899), Kyriale (1902), Pastoral aos crentes do amor e da
morte (1923).
Augusto dos Anjos (1884-1914)
Augusto
dos Anjos foi um dos grandes poetas brasileiros simbolistas, embora, muitas
vezes, sua obra apresente características pré-modernas.
Patrono
da cadeira número 1 da Academia Paraibana de Letras, publicou um livro intitulado
"Eu" e foi chamado de "Poeta da morte" uma vez que seus
poemas exploram temas sombrios.
Parnasianismo
O
Parnasianismo defendia o princípio da "arte pela arte". Os poetas
dessa escola literária acreditava que não era meta da poesia retratar os
problemas sociais e humanos, mas alcançar a perfeição.
Poesia
Parnasiana
A
poesia parnasiana propunha um retorno ao clássico, o belo na arte e a perfeição
formal. Primava pelos sentimentos contidos e temas como a natureza, o amor, o
tempo e objetos de arte.
Características do
Parnasianismo
Arte
pela arte
As
rimas na poesia parnasiana são raras
Vocabulário
é culto
Preferência
pelo soneto e descrições
Presença
da mitologia greco-latina.
Parnasianismo:
Características e Contexto Histórico
O
Parnasianismo é um movimento literário surgido na mesma época do Realismo, no
século XIX. De influência e tradição clássica, tem origem na escola francesa.
Manifesta-se a partir da ao fim da década de 1870, sendo registrado até a
Semana de Arte Moderna de 1922.
De
postura antirromântica, o Parnasianismo é baseado no culto pela forma – forma
perfeita -, na impassibilidade e impessoalidade, na poesia universalista e o
racionalismo.
Os
autores parnasianos criticavam a simplicidade da linguagem, a valorização da
paisagem nacional e o sentimentalismo. Era, para eles, uma forma de subjugar os
valores da poesia.
A
proposta inovadora era de uma poesia de linguagem rebuscada, racional e
perfeita do ponto de vista formal. Acreditavam que, se estivesse apoiados no
modelo clássico poderiam contrapor os exageros e a fantasia típica do movimento
literário Romantismo.
Parnasianismo no
Brasil
O
Parnasianismo no Brasil teve como marco inicial a publicação da obra
"Fanfarras", de Teófilo Dias, em 1882.
Os
mais importantes escritores brasileiros do período formavam a chamada
"Tríade Parnasiana" composta por Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e
Raimundo Correia.
Os
escritores parnasianos buscavam o sentido para a existência humana por meio da perfeição
estética. Por isso, a preocupação residia na "Arte pela Arte", ou
seja, a forma como caraterística principal da poesia.
Características do
Parnasianismo
Arte
pela arte
Objetivismo
e universalismo
Cientificismo
e positivismo
Temas
baseados na realidade (objetos e paisagens), fatos históricos, mitologia grega
e cultura clássica
Busca
da perfeição
Sacralidade
e o culto à forma
Preocupação
com a estética, metrificação, versificação
Utilização
de rimas ricas e palavras raras
Preferência
por estruturas fixas (soneto)
Descrição
visual bem detalhada
Escritores
Parnasianos Brasileiros
Teófilo Dias (1854-1889)
Teófilo
Odorico Dias de Mesquita, sobrinho do poeta Gonçalves Dias, foi professor,
jornalista, advogado e poeta brasileiro.
Patrono
da cadeira 36 na Academia Brasileira de Letras, em 1882 publicou
"Fanfarras", obra que marca o início do parnasianismo no Brasil.
Outras
obras que merecem destaque: Flores e Amores (1874), Cantos Tropicais (1878),
Lira dos Verdes Anos (1878), A Comédia dos Deuses (1888).
Olavo Bilac (1865-1918)
Um
dos grandes escritores parnasianos, Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac,
conhecido como "Príncipe dos Poetas Brasileiros", foi jornalista,
tradutor, poeta e um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras.
Sua
obra é caracterizada pela linguagem clássica, com conteúdos: históricos,
patrióticos, emotivos, platônicos e sensuais. Vale lembrar que o Hino à
Bandeira do Brasil foi escrito por Olavo Bilac.
Suas
principais obras são: Poesias (1888), Crônicas e Novelas (1894), Crítica e
Fantasia (1904), Conferências Literárias (1906), Dicionário de Rimas (1913),
Tratado de Versificação (1910), Ironia e Piedade (1916) e Tarde (1919).
Alberto de Oliveira (1857-1937)
Antônio
Mariano de Oliveira, mais conhecido pelo pseudônimo "Alberto de
Oliveira", foi um poeta, professor, farmacêutico e um dos fundadores da
Academia Brasileira de Letras.
Publicou
sua primeira obra “Canções Românticas” em 1878. A despeito desse livro
apresentar características românticas, Alberto de Oliveira foi um exímio poeta
parnasiano cuja obra é caracterizada por temáticas e estruturas parnasianas,
por exemplo, descrição minuciosa, composição de retratos, quadros e cenas.
Suas
obras que merecem destaque são: Meridionais (1884), Versos e Rimas (1895),
Poesias (1900), Céu, Terra e Mar (1914), O Culto da Forma na Poesia Brasileira
(1916).
Raimundo Correia (1859-1911)
Raimundo
da Motta de Azevedo Corrêa foi um juiz, poeta e um dos fundadores do Sodalício
Brasileiro. Maranhense, publicou seu primeiro livro de poesias "Primeiros
Sonhos" em 1879.
Sua
obra apresenta características românticas, parnasianas e simbolistas. Dessa
maneira, suas poesias possuem um caráter pessimista e subjetivo, ao mesmo tempo
que apresentam grande preocupação métrica. Outras obras que merecem destaque
são: Sinfonias (1883), Versos e Versões (1887), Aleluias (1891), Poesias
(1898).