Tema: O lugar onde vivo
Título: Lugar de paz e inspiração
Todos os dias pela manhã, ao
observar a minha rua enquanto saboreio meu café, vejo a mesma movimentação:
pessoas que passam atrasadas, carros em uma movimentação acelerada, crianças
apressadas em direção à escola. Rua movimentada e um vaivém de
pernas a passos largos para não perder o ônibus nem chegar atrasado ao
trabalho . O pé de ipê roxo na esquina , florido nessa época, parece passar
despercebido; a senhora que empurra o carrinho de bebê não recebe atenção dos
motoristas, visto que essa rua não possui acessibilidade e ela não consegue
andar na calçada; pedestres são ignorados pois não há uma faixa
que lhes permita atravessar em segurança.
Vendo por esse ângulo, pareço estar em um lugar
diferente, em uma agitada metrópole.
No entanto, no decorrer da
manhã, quase não é possível ouvir outros barulhos a não ser de um ou outro
cachorro latindo ao portão e, raramente, o barulho de máquina de lavar ou do aspirador
de pó.
O lugar onde vivo tem essas
peculiaridades, ao mesmo tempo em que é pacato, também o vejo como próspero,
visto que a movimentação de construtores e pessoas interessadas em adquirir um
imóvel nessa região, tem sido frequente. Tal fato me causa uma série de dúvidas
e preocupações: terei meu silêncio quebrado com barulhos de crianças brincando
na rua? De vendedores ambulantes batendo nos portões ou ainda de máquinas barulhentas
, aquelas usadas em construções? É certo que isso me traria certeza de que o
progresso está chegando aqui, embora não tenha um prazo definido para isso
acontecer.
Cabe ressaltar que ainda que o
progresso esteja próximo e que o mesmo
virá para sanar os problemas relacionados à falta de acessibilidade (que isso não seja
apenas um sonho), permito-me admirar e curtir o silêncio trazido por esse
lugar, outrora desejado por muitas outras pessoas que aqui gostariam de viver.
(Regina Rojas Maciel)
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