segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Leitura, interpretação e produção de crônica

ATIVIDADE AVALIATIVA – LEITURA E INTERPRETAÇÃO
NOME:_______________________________Nº____
SÉRIE:
DATA:___/____/2017.
PROFESSORA: REGINA R. MACIEL

*Leia o texto e responda as questões à caneta preta ou azul; respostas a lápis e rasuras serão desconsideradas, responder no verso da folha.

A ÚLTIMA CRÔNICA

A caminho de casa, entro num botequim para tomar café. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado. Eu pretendia recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, que a faz mais digna de ser vivida. Estou sem assunto. Lanço um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica. 
              Ao fundo do botequim, um casal de pretos acaba de sentar-se. A compostura da humildade deixa-se acentuar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na ca beça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas ou correr os olhos ao redor
              Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom e aponta um pedaço de bolo sob uma redoma de vidro. A mãe limita-se a ficar observando. A meu lado, o garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho – um bolo simples, amarelo-escuro – apenas uma fatia triangular.
              A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho que o garçom  deixou à sua frente. Por que não começam a comer? Vejo que os três – pai, mãe e filha –obedecem, em torno à mesa, a um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira alguma coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos e espera. Ninguém mais os observa além de mim.
              São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente na fatia de bolo. E enquanto ela serve a Coca-Cola, o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto ensaiado, a menininha repousa o queixo na mesa e sopra as velas. “Imediatamente põe-se a bater palmas, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos:” Parabéns a você...” Depois, a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa. A negrinha agarra o bolo com as mãos e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com carinho – ajeita-lhe a fitinha do cabelo, limpa o farelo do bolo que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito e de súbito, dá comigo a observá-los. Nossos olhos se encontram, ele se perturba constrangido, vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.
              Assim eu quereria a minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso.
                                           (Fernando Sabino)





1)Em que parte do texto, o autor afirma que os homens do seu tempo são o assunto de suas crônicas?
R:




2)Qual é a cena que o autor vê? Quais são os personagens que dela participam?
R:


3) Há no texto uma passagem que denota claramente a pobreza dos personagens. Cite-a.
R:


4) Que sentimentos o autor expressa para com a personagem-menina, ao usar os diminutivos: arrumadinha, negrinha, menininha, fitinha? Qual será a intenção do autor?
R:


5)Qual a passagem do texto que mostra o desprezo do dono do botequim para com a família?
R:


6)O que a passagem acima relacionada suscitou em você? (Baseado na resposta do número 5)
R



7) Comente a expressão do penúltimo parágrafo: ”sustentando o olhar...”
R:



8) Que tipos de sentimento este texto despertou no leitor?
R:



9) Qual a mensagem que este texto transmite?
R:





10) Escreva sua crônica com um dos temas a seguir:
     I.                      O lugar onde vivo
    II.                     Minha festa de aniversário
  III.                     A escola na qual estudo.
OBS: mínimo 15 e máximo 30 linhas; colocar título.


2 comentários:

  1. Gostei muito dessa atividade avaliativa, principalmente do texto, obrigado por compartilhar conosco algo tão valioso, um grande abraço professora, que Deus abençoe tanto vc cm td sua família.

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